Não é segredo para ninguém que o Mercedes-Benz Classe A ocupa um lugar importantíssimo no leque de modelos da marca germânica. Graças a uma política comercial bastante agressiva e a características próprias como economia, prestações e funcionalidade, o Classe A ganhou estatuto de ‘estrela’ suprema na constelação da Mercedes-Benz.
Sem querer descansar sobre os louros alcançados, a marca de Estugarda aplicou uma renovação de meio de ciclo para este seu compacto Premium, ficando ainda melhor apetrechado para enfrentar os seus rivais do segmento, dos quais se destacam os conterrâneos BMW Série 1 e o Audi A3. Afinal, em primeiro lugar, trava-se uma batalha pela supremacia entre as marcas Premium alemãs.
Geralmente, os facelifts são aproveitados pelas marcas para alterarem a estética dos seus modelos e no caso do Classe A isso não é exceção. Contudo, a marca preferiu jogar pelo seguro e manter as linhas originais, aplicando apenas ligeiras atualizações na grelha dianteira, faróis e para-choques, sendo nestes que se notam as maiores diferenças.
Adeus cdi, olá d…iesel
Em traços gerais, com a renovação do Classe A, a Mercedes-Benz procurou dotar o seu modelo de um carácter mais desportivo sem prejudicar o conforto, verificando-se algumas diferenças de grande relevo um pouco por todo o modelo. Comece-se pela designação: a marca abandona a terminologia ‘cdi’ e passa a apresentar apenas um singelo ‘d’ (de diesel) junto ao número identificativo da versão. No caso em apreço, trata-se do 180 d, que recorre ao motor 1.5 de 109 cv que se pauta pela elevada eficiência de funcionamento.
Este motor apresenta-se como ‘porta de entrada’ à gama diesel e faz por merecer o estatuto de ‘best-seller’ da marca, conciliando respostas lestas – sobretudo no modo Sport do Dynamic Select – e economia. A sua faixa de rotações ‘predileta’ atinge-se a partir das 1500 rpm, mostrando a partir daí maior vigor na entrega da potência, com correspondente ganho na velocidade. Por outro lado, os 260 Nm de binário tornam as recuperações mais competentes, sendo possível explorar este motor até uma faixa de rotações mais elevada. O sistema Dynamic Select, já referido anteriormente, permite alterar o modo escolhido de condução, atuando ao nível da entrega da potência, direção, suspensão e sistema de climatização.
Dos quatro modos, o Sport é o mais ‘vivo’, colocando as respostas e o desempenho num patamar mais elevado (sem ser um desportivo, note-se), enquanto o Eco é o mais tranquilo, orientado essencialmente para a redução dos consumos e das emissões, sentindo-se uma diferença vincada entre esses dois pólos. Pelo meio, contam-se os modos Comfort e Individual, o qual permite acertar cada um dos parâmetros individualmente.
A competência do bloco diesel verifica-se igualmente ao nível dos consumos, com média real de 4,8 l/100 km, algo afastado dos 3,7 l/100 km anunciados, mas ainda assim um valor bastante respeitável. O ruído do motor diesel continua a ser mais audível do que o desejado no habitáculo mas não se verificam quaisquer trepidações decorrentes do bloco diesel de quatro cilindros.
Conforto e dinâmica em equilíbrio
Ao volante, o renovado Classe A prima pelas reações bastante seguras, colocando o conforto em primeiro lugar, algo que mesmo no modo Sport não é afetado em demasia. Curvando mais depressa, o Classe A mantém a estabilidade e compostura, ainda que se sinta o rolamento da carroçaria de forma mais pronunciada. Ainda assim, percebe-se que o objetivo deste modelo esteja no lado da subtileza, uma vez que se trata de um compacto familiar a gasóleo.
No interior, mantém-se a tónica na qualidade, com bons materiais e novas possibilidades de revestimentos e cores para as superfícies. Assim, predomina uma noção geral de refinamento. Quanto a equipamento, destaque para o sistema multimédia (opcional) COMAND assente no novo ecrã de oito polegadas. De resto, existe uma noção de familiaridade não só com o Classe A pré-facelift, mas também com a restante gama da marca de Estugarda.
Já o espaço para os ocupantes não se alterou significativamente, encontrando-se naquilo que é a média do seu segmento. Ainda que ofereça espaço suficiente para os passageiros, a altura e a largura atrás são duas pechas do Classe A, sendo que, pelo lado oposto, o espaço para as pernas é apreciável. Particularidades deste Mercedes-Benz são a superfície vidrada estreita em redor do habitáculo que oferece uma sensação muito ‘fechada’, sobretudo para quem vai nos bancos posteriores e a dimensão das portas traseiras. A bagageira dispõe de 341 litros, encontrando-se também a par do que os seus principais rivais apresentam.
Bem equipado (conta, de série, com o já referido Dynamic Select, Suspensão Comfort e Sensores de Chuva e de Luminosidade), o que acaba por ser um bastante chamativo para um modelo com estas características.
Veredicto
O Classe A assume o estatuto de best-seller para a Mercedes-Benz e é fácil perceber as razões que levam a tal (além, claro, da aproximação de preços às marcas generalistas): conforto, requinte, qualidade e equilíbrio entre prestações e consumos, sobretudo no caso deste bloco a gasóleo de 1.5 litros, que permite à marca de Estugarda cotar-se como uma proposta bastante convincente entre os compactos Premium. Com efeito, a Mercedes-Benz retocou apenas o essencial para manter o Classe A como um dos melhores do seu segmento.
Fonte: Multinews