Segundo as contas dos fabricantes automóveis, se as regras de segurança fossem idênticas dos dois lados do Atlântico seria possível poupar muitos milhões de euros.
A Alliance of Automobile Manufacturers (AAM), associação que integra os 12 principais fabricantes automóveis mundiais, pretende que os requisitos de segurança existentes na União Europeia e nos Estados Unidos sejam uniformizados, indicando que tal opção permitiria poupar muitos milhões de euros no processo de produção. Um dos exemplos que esta entidade apresentou foi o de um automóvel bastante popular nos Estados Unidos em 2013 e que, para ser comercializado na Europa, teve de sofrer mais de 100 alterações com um custo avaliado em 38 milhões de euros. De acordo com a AAM, todas estas modificações têm apenas um impacto mínimo na segurança conferida aos ocupantes.
A negociação do Acordo de Parceria Transatlântica de Comercio e Investimento foi o mote para esta discussão, já que a necessidade de estabelecer novas regras para a condução autónoma é vista como uma oportunidade de ouro para uniformizar também os padrões de segurança. Tanto os lobbies que representam os Big Three americanos (Ford, GM e Chrysler, esta última agora associada à Fiat), como a organização dos fabricantes automóveis na Europa, a ACEA, estão a pressionar as autoridades nesse mesmo sentido, que indicam que, além de lhes permitir uma poupança de muitos milhões de euros, também poderia impulsionar as trocas comerciais intercontinentais no setor automóvel em 20%.
Entre as pequenas alterações necessárias está, por exemplo, a obrigatoriedade de colocar, na América, um pequeno alçapão na bagageira que permite a alguém preso na mala conseguir escapar para o exterior. Existem no entanto algumas modificações mais significativas, que afetam as estruturas de segurança, óticas ou os bancos para transportar bebés. Existe ainda uma importante diferença entre a atuação das autoridades americanas e europeias, que está no facto de no nosso continente serem exigidos testes de segurança antes da entrada dos automóveis em comercialização. Por sua vez, nos Estados Unidos basta indicar que os automóveis estão conforme as normas federais, existindo as conhecidas (e recorrentes) chamadas em massa às oficinas e multas em caso de serem posteriormente encontradas falhas. Ainda esta semana foi anunciada uma penalização recorde para a Fiat-Chrysler por esse mesmo motivo, que pode ascender a 95,5 milhões de euros.
fonte: Sapo Turbo/ Texto: Nuno Fatela