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Artigo de Paulo Sérgio Cardoso para o autofoco.pt sobre o Peugeot 208 1.2 Puretech 130 EAT8

Não será difícil a seta de Cupido espetar-se no peito de quem cruze o olhar com a nova geração do Peugeot 208. Desde as formas às proporções, até à preocupação com o detalhe, como a integração e efeito (de garras) das óticas LED das luzes diurnas (à frente ou atrás), passando pelos pormenores que ajudam a aprimorar a versão GT Line, com recurso a elementos decorativos negros nas capas dos retrovisores, contorno dos vidros laterais e cavas de roda ou ainda pela dupla saída de escape cromada que dá voz a esta (atualmente) versão topo de gama, a cargo do três cilindros a gasolina 1,2 litros, turbo, de 130 cv.

Querendo ser diferente de todos, o 208 também aceita que o tejadilho seja pintado a preto, que combina com a faixa traseira negra que une as óticas traseiras e que permite salientar ainda mais o efeito dos três risquinhos sempre acesos das óticas traseiras. Para a versão GT Line está ainda reservada a reminiscência ao saudoso 205 GTi onde, tal como este, a sigla surge na base do pilar traseiro.

No interior surge a mais recente interpretação do conceito i-Cockpit, nesta versão acompanhada pelo original e atrativo painel de instrumentos com efeitos tridimensionais e de múltiplos cenários informativos. À sua frente, o pequeno volante que é já imagem de marca da Peugeot, mas que tem tanto de emocionante e apetecível de segurar, como de problemático em conjunto com o referido painel de instrumentos elevado, por dificultar a consulta do mesmo. Ou seja, mesmo que a posição de condução seja ótima, envolvente e confortável, com bancos muito cómodos e grande amplitude de ajustes, haverá condutores que terão de arranjar solução de compromisso para poder apreciar todo o vanguardismo gráfico da instrumentação 3D.

A zona central do tablier continua a fazer justiça ao tema da digitalização, com sistema de infoentretenimento em monitor tátil de 7’’ incluindo sistema de navegação nesta versão GT Line, sendo opcional (640 €) o de 10’’ presente na unidade testada. Para controlo do mesmo, além da possibilidade de toque, existem teclas (igualmente sensíveis ao toque, não necessitando de muita pressão) que acedem diretamente aos diversos menus. A navegação é intuitiva, os gráficos atrativos, com as opções de personalização a incluir a escolha de entre oito cores para a iluminação de diversas zonas do habitáculo, ajudando a tornar o interior ainda mais especial e acolhedor, à noite.

Também à noite se destaca o trabalho das óticas LED, de ótimo alcance e com comutação automática de máximos, com o 208 a somar outras e variadas ajudas à condução, deixando apenas o aviso de ângulo morto e o cruise control adaptativo com correção automática da presença na faixa de rodagem (algo intrometida com a serenidade da condução, devido às constantes intervenções na direção…) nas opções. Mas o mais interessante é que o 208 não se limita a ser uma montra de tecnologia em ação, resultando particularmente bem a interação do condutor com tudo o que existe a bordo, em particular devido às atualizadas soluções ergonómicas e apelo estético de comandos e grafismos.

A versão GT Line inclui três modos de condução que ajudam a traçar a personalidade dinâmica – a versão de 130 cv do 1.2 Pure Tech surge apenas associada à caixa ZF de 8 velocidades, não existindo no segmento modelo com igual número de relações automáticas. Este conjunto motor/caixa é outra das mais-valias, não só por permitir performances quase ao nível de um pequeno desportivo (e em Sport o modulador de som no habitáculo como que engrossa a voz da mecânica!), como também ajuda à fluidez de utilização quotidiana, não obstante ser difícil fazer o consumo baixar dos 7 l/100 km.

A experiência de condução resulta ligeira e ágil, com correta insonorização da mecânica e com direção muito bem afinada para uma quase ideal interação dinâmica de precisão e rapidez. As ligações ao solo são igualmente de enorme competência e correta solidez, sabendo conjugar a comunicação da estrada com nível de conforto para toda a família.

Não restam dúvidas quanto ao sentimento apetecível em torno do novo 208, em que o vanguardismo consegue resultar em funcionalidade (à exceção da habitabilidade…), embora sem esquecer que a qualidade geral do habitáculo se camufle mais no design e conjugação de superfícies do que no toque suave dos materiais.

O novo 208 tem o condão de não ser apenas mais um concorrente no segmento dos utilitários. É um pequeno automóvel capaz de despertar paixões, com uma estética única e interior em que apetece… estar. A condução é envolvente e ligeira e só as dimensões úteis do habitáculo e mala podem ser apertadas para uso familiar. Motorização e equipamento topo de gama fazem-se pagar.

Fonte: https://www.autofoco.pt/teste/ver/835239

Carro: https://stand.autoindia.pt/veiculo/554/peugeot-208-12-puretech-allure-pack-eat8

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